Só aventuras em Brasília
Precisava de algumas coisas e então decidi ir ao mercado, era a minha primeira compra no
supermercado sozinha e sem carro, mas tudo o que sabia e que precisava comprar algumas
coisas para o meu Natal. Passei os corredores, fui pegando o que imaginava precisar ,
colocando no carrinho e fui para o caixa. Ainda peguei mais algumas coisas próximo ao caixa
como flores, chocolate e uma revista.
Ao chegar no caixa descarreguei o carrinho e a moça deu o valor R$ 386,00, não me assustei era
normal para mim este gasto, o que não era normal era o fato que teria que embalar as compras,
colocar no carrinho novamente, fiquei olhando para a moça e ela pra mim, ela percebeu o meu
desconcerto e disse, - vou lhe ajudar,
-pegou algumas sacolas me entregou é começou a embalar as minhas compras,
-vocês não tem ensacadores?
-como senhora?
-os meninos que embalam e levam o carrinho?
-não senhora, no mercado não tem esse serviço é o freguês que deve ensacolar, ( foi assim que
ela falou) a coisa estava ficando cada vez pior. Tinha comprado um monte de potinhos, latinhas,
caixinhas, afinal era tudo para uma pessoa, não comprei nada que pesasse um quilo, ou seja um
monte de sacolas, algumas mercadorias não podiam amassar, mas aquela altura fui colocando
tudo no carrinho e até o homem que iria passar depois de mim já estava ajudando, a fila já
começava a se formar naquele caixa e eu não conseguia desgrudar as sacolas, pedi desculpas,
disse que era a primeira compra que eu fazia sozinha, disse que em Curitiba nós tínhamos os
ensacadores nos caixas, falei que eles é que levavam os carrinhos e o povo estava espantado
com a minha falta de prática. Veio a hora de pagar, ouvi um - ainda não pagou a compra?
Ou seja eu já tinha atrasado algumas pessoas.
Pagar foi fácil, não coloco CPF, era só digitar a senha.
Pronto eu estava saindo do caixa.
Agora só precisava descer com o carrinho na escada rolante e ir embora.
Opa! Os supermercados de Curitiba não tem escada rolante, alguns têm uma rampa de acesso,
mais suave, feita em dois espaços.
Bom não deve ser difícil. Eu não subi com o carrinho, o peguei lá dentro do supermercado.
Fui para a escada, me assustei com um solavanco, mas era a roda do carrinho travando, menos
mal, não preciso ficar segurando pra ele não descer....e para sair?
Descobri que não era tão difícil, já estava me sentindo bem confiante, sai da escada empurrando
o carrinho como se fosse a coisa mais comum para mim.
Na passagem ate a porta do mercado comprei empadinhas, um guaraná e fui para fora.
Oba tem táxi , o taxista veio rapidinho me ajudou com as compras eu pedi a ele que passasse
numa farmácia e depois numa loja de arranjos de Natal.
Peguei o que precisava na farmácia, passei numa outra loja que tinha o arranjo que queria,
então pedi que parasse em uma panificadora, desci comprei pão, um bolo, tudo pequeno e
de pouquinho, mas não podia faltar nada, peguei um vinho e um pote de sorvete, era o que
lembrava que não pegara no mercado. Pronto meu Natal estava garantido.
Chegamos ao hotel e as minhas compras teriam que chegar ao apartamento.
Meu Deus, como e que eu iria levar tudo aquilo para cima, ops! Marcelo pegava carrinho, sai a
caça do tal carrinho, o senhor espera só um pouquinho, falei para o motorista, depois de algum
tempo voltei sem o carrinho, então ele disse,
- Senhora eu lhe ajudo e levamos a compra para cima.
Cada um pegou um tanto das sacolas, ele me deu as mais leves e não deu para levar tudo...
- Não se preocupe eu volto e apanho o resto.
A estas alturas ele já tinha visto o meu desespero, não dava mais para esconder.
Paguei o táxi, dei uma boa gorjeta, era o mínimo a fazer, agradeci e desejei um Feliz Natal.
As compras no apartamento, espalhadas, não quis nem olhar para elas, guardei só o que era
gelado e decidi que iria tomar um banho para relaxar depois de tanta tensão.
Este foi o dia todo, um dia antes da véspera de Natal.
Comprei coisas para fazer, que não fiz, era o primeiro Natal que iria passar sozinha, me
convidaram para ir a casa de uma amiga, mas eu não tinha a menor vontade de ir.
Se estivesse em Curitiba iria passar com as crianças, mas em Brasília não queria sair para lugar
nenhum.
Era a minha estreia solteira novamente e a ideia era ficar só, me programei para isso.
Comprei tudo o que precisava e não fiz nada, nem o vinho consegui abrir, esqueci de comprar o
saca-rolhas.
Meu Natal foi a base de frutas, frutas cristalizadas, nozes, avelãs, chocolate, sorvetes, bolo, e de
salgado as 4 empadinhas que comprei na saída do mercado.
Dia 25, repeti, tudo igual não tinha nem vizinho para me ajudar com a garrafa de vinho. A
conveniência do hotel, estava fechada.
Não posso dizer que foi ruim, deixei o meu presente para abrir a noite antes da ceia, foi um Natal
bem diferente, mas para o Ano Novo , teria que me programar melhor.